“Inserido em nosso universo plural, está o médico, figura em quem se depositam grandes expectativas, esperança, confiança. O ser que ouve a voz do corpo, sem ignorar sua harmonia com as palavras da mente, que com franqueza se abre, ad integrum. O ser que tem desenvolvido o dom de olhar e ver o distúrbio, de ouvir e entender o sintoma, de atender e aliviar a dor e a angústia. Esta figura histórica, que há tempos percebe as influências externas sobre o corpo e não ignora que “o espírito abatido faz secar até os ossos”. Esse ser que, dotado de incrível humildade e compaixão pelo ser humano, vendo a angústia que a enfermidade impunha a sua alma e a fé depositada sobre seus ombros, fez com as próprias mãos o antídoto para o alívio do corpo. Esse ser dotado de poderes atribuídos pelo próprio doente, cuja confiança e desejo de alívio transformam até mesmo poucas palavras em solução inefável. Em verdade, o médico é alguém diferenciado. Talvez o único que desempenhe ao mesmo tempo o papel de mágico, sacerdote, todo-poderoso presente no inconsciente da humanidade. Embora não ignorando esses atributos ilustres, o exercício da Medicina requer a humildade. Humildade para reconhecer que: há um Deus que cura; há o médico cuja competência é usada, e há a fé do doente, que move as mãos de ambos. Exercer a Medicina requer desenvolver o próprio ser e a vocação a ele inerente. Sim, porque ao médico não bastam o conhecimento teórico e a boa técnica. Acima disso, impõe-se o bom caráter, a disciplina, a paciência, a empatia, o reconhecer os próprios limites. Não sem razão dizia Hipócrates que a Medicina é uma arte, uma longa arte, cujo aprendizado demanda toda uma vida…” “Denise Moreth de Santana”
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