Um dia me perguntaram por que escolhi a medicina. Na hora não soube responder. Hoje compreendo que eu não a escolhi, mas o Senhor me escolheu para ela. Foi Sua bondade infinita que me honrou com o dom de curar e Sua misericórdia depositou em mim vocação tão nobre. Muitas vezes me sentia tão pequeno diante da vida e da morte que pensei que seria inútil meu esforço. Outras, vi tudo aquilo que tinha aprendido simplesmente não servir para quase nada. A vontade do Senhor prevalecia apesar do que dizia a ciência que me foi ensinada e eu, como que sem poder nenhum, assistia aos conhecimentos humanos desmoronarem diante dos Seus desígnios. Nesses momentos, entendia que se faço curar, se consigo salvar ou se acalento um sofrimento é porque permite que assim seja, pois o Senhor é o único verdadeiramente capaz de vencer a morte e eu, mero instrumento de Sua vontade. Se porventura nos enganarmos achando que somos senhores da vida e da morte ou ainda se deixarmos a vaidade se apoderar de nosso talento, perdoe-nos a nossa arrogância e não nos deixe enganar com tal ilusão. Se ignorarmos o mais necessitado irmão que pede nossa ajuda, lembre-nos de que nos será cobrado à proporção de nossos talentos. E, acima de tudo, obrigado por tanto amor.