É com um misto de alegria e saudade que dirijo esta mensagem final àqueles a quem, há cinco anos passados, tive o prazer de transmitir as primeiras lições do Direito. Que minha palavra seja, então, novamente de início, já que o fim de uma etapa revela sempre o prenúncio de uma nova. Ao alcançarem a realização de um projeto tão caro e almejado, adquirem vocês o passaporte de ingresso na carreira jurídica, sublime e dignificante, mas também árdua, grave e complexa. Muitas são as exigências que lhes serão legitimamente feitas, e é preciso que, como jovens juristas, aprendam desde logo a não se desvencilharem delas. A profissão que ora abraçam cobra dos seus exercentes, além de grande esmero, enorme senso ético e um olhar crítico. Mas o momento é de festa e de sonhos, e o que venho lhes pedir é tanto mais simples quanto mais grave: que mantenham acesa a chama do entusiasmo e da esperança que, tão nitidamente, sempre pude perceber em seus olhos. Não se conformem com todas as fórmulas herdadas do passado, nem acreditem que nossos problemas, de tão antigos, já se afiguram eternos. Saibam inovar, mas não aceitem o novo apenas pelo sabor de novidade. Tenham, sobretudo, consciência de que da força de sua inteligência e vontade dependerá a concretização da tônica de nossos dias: a justiça na vida social.
