Nossa história começou há muitos anos. Eu dava os primeiros passos… Mãos para o alto em sua direção, tendo certeza de que era ali, em seus braços, que encontraria apoio e perderia o medo de cair. Vocês eram o meu porto seguro, minha certeza. Certeza de saber que sempre podia contar com vocês — na hora de atravessar a rua, no consultório do pediatra, no antibiótico de hora marcada. Suas mãos, tão grandes, eram só minhas, lembram-se? Para pentear meus cabelos, encapar meus cadernos, carregar-me no colo quando eu dormia em frente à televisão. Suas mãos nas minhas… Todos os dias, várias horas do dia. Mãos que carregavam o velotrol, o balde de areia, o copo de suco, o saco de biscoito. Não tinham medo de trovão, sabiam de cor a tabuada, tomavam injeção sem sentir dor, dirigiam o carro e ainda trabalhavam! Hoje crescemos… E aquelas mãos — já não tão grandes, mas ainda minhas e tão próximas — apontam para um novo mundo que eu devo seguir. Essas mãos, hoje, entregam-me a esse mundo para que eu possa vencer, chorar, aprender e começar de novo. Mãos que, hoje, batem palmas e se orgulham dessa vitória que não é só minha, mas, orgulhosamente, de vocês, meus pais!