Eles fizeram das noites, salas iluminadas. Tornaram a luz da dúvida uma estrela remota. Dos dias, fizeram planos de aulas. E das aulas, planos para os nossos dias. Tomaram o certo pelo errado e fizeram do talvez uma possibilidade indispensável. Disseram que sempre e nunca são tempos que inexistem. Por isso, é sempre tempo de aprender e nunca é tempo de desistir, e, com isso, reduzimos a eternidade ao agora. Fizeram, pois, do conhecer, a sua cadeira. E, na divisa entre o evidente e o elementar, à beira de um abismo cujo valor é o saber e cujo horizonte transcende o céu do pensar, eles se sentaram para apreciar o nosso entardecer. Entardecíamos com o último dia do resto das nossas vidas. Mas, antes que sumíssemos nas sombras da sociedade, nós nos voltamos e, sorrindo, acenamos então um último adeus, um adeus que era uma lágrima de agradecimento e saudade.