Quem dera se esse lugar vazio na platéia se preenchesse com o seu orgulho e não com a falta que vocês nos fazem. Orgulho ao ver o quanto pode o esforço humano gerar bons frutos nas páginas da existência natural. Frutos justos, pelo merecimento e pelas dificuldades enfrentadas; amorosos, pelo sentimento empenhado; árduos, pelo esforço e suor, o qual fértil se sobrepôs ao orvalho por tantas vezes nesses anos de faculdade. Ah, se vocês pudessem, com a presença carnal que tanto nos faz falta, vivenciar os frutos do esforço, da dedicação e da confiança, principalmente em momentos como esse, em que nossas aspirações se convertem em vitórias e lágrimas, em que os olhos derramam alegria. Se pudessem chorar e sorrir junto conosco um mar de emoções e nos ajudar a contabilizar mais um pilar em nossa carreira! É árduo saber que hoje, chegado o momento tão esperado para mostrarmos que nos tornamos mais do que vocês sonharam, vemos um lugar vazio na platéia. Olhamos curiosamente para lá e para cá, querendo ver vocês, mas não conseguimos. Sabemos que não teremos seus abraços, suas palavras de incentivo e seus beijos carinhosos. Sabemos que nossos olhos jamais vão se cruzar, mas não estarão tão distantes a ponto de serem esquecidos. E quando nossos nomes forem chamados para recebermos o diploma, apesar da ausência física, ouviremos em silêncio seus aplausos fervorosos e sentiremos seus abraços e seu carinho a nos afagar com orgulho. Por isso, podemos dizer com todas as letras: conseguimos! E podemos sentir, ver, abraçar e até ouvir vocês sussurrando em nossos ouvidos: ‘parabéns!’ Por tudo isso, dizemos com saudades e com a certeza de termos cumprido a missão: Obrigado, pai. Obrigado, mãe!