O modelo de desenvolvimento capitalista do século XX teve como prioridade uma predatória acumulação unilateral de riquezas materiais. Esse processo fez da vida sua presa, subordinando-a a tal prioridade. A conseqüência foi a degeneração das relações humanas, dentre as quais está a relação médico-paciente.
A partir do momento em que os efeitos dessa degeneração passaram a gerar demandas jurídicas, tornando-se supostamente compensáveis por meio de indenizações financeiras, a boa relação médico-paciente começou a ser apresentada como um objeto que ajuda a proteger o médico contra tais demandas.
Entretanto, essa relação é importante, mas não porque poderá trazer problemas jurídicos ou financeiros caso seja mal conduzida, e sim porque é, acima de tudo, uma relação humana. Portanto, só tem possibilidade de ser moralmente bem sucedida se for um fenômeno horizontal, matizado pelo respeito, tolerância, compreensão e afeto.
Isso significa que o verdadeiro motivo que um médico tem para se relacionar bem com seus pacientes não está nos riscos e benefícios que esse envolvimento oferece, mas no encontro entre seres humanos que representa.
Professor Bernardino Geraldo Alves Souto – Patrono
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