Como folhas que caem com a chegada do outono, eles partiram. Não podíamos prever que iria acontecer assim, como a chegada de uma estação… Mas não nos cabe julgar os feitos da vida. Hoje, há alguns outonos do triste dia em que tivemos que dizer adeus a quem tanto amamos, conformamo-nos, pois aceitar parece impossível. Sentimo-nos felizes. Felizes porque, mesmo com a ausência de seres tão lindos e necessários à nossa vida, neste instante nos tornamos vencedores.
E agora, deixemos que nossa eterna saudade se misture com o êxtase deste momento, e que, assim, possamos ir ao infinito de nossa alma, simplesmente para deixarmos de ser homenageados para ser homenageantes. Homenagearmos os que aqui estão — não à vista de nossos olhos, mas ao alcance de nossos corações —, pois, como uma nova folha que surge com a chegada da primavera e nos faz viver uma nova estação, eles se foram, deixando saudade e recordações inesquecíveis, que, como as folhas, renovam-se através de nossas incessantes lembranças e fazem destes seres muito mais que ausentes, mas sim parte indispensável de nossas vidas.