Quando Platão, há mais de dois mil anos, disse que a amizade é como uma só alma em dois corpos, ele imortalizou em palavras o que a maioria dos amigos já sabe, intrinsecamente — o amor entre amigos é indivisível, mesmo quando dividido. E, ainda quando dividido pelas circunstâncias da vida, faz o favor de multiplicar-se, desdobrando-se em casas infinitas. Tão infinitas quanto as gargalhadas de cumplicidade; o apoio e as palavras necessárias quando a vontade era de desistir; as críticas, quando eram os elogios que poderiam nos destruir, e os elogios, quando todas as críticas tentaram nos derrubar… Enfim, o amor de amigos consegue ser assim: imortal, incontável, infinito. E não importa o quanto a nossa capacidade de medi-lo seja pequena; no final, não é a medida do amor o que realmente conta, mas a forma como ele se apresenta, pois, assim como as pegadas na alma são indestrutíveis, também o é a amizade cativada entre nós. Importam as escolhas feitas, os amigos escolhidos e que nos trouxeram, de surpresa, algo que posteriormente chamaríamos de amizade… E essa nos faz perceber que o máximo que podemos dizer agora é: obrigado por tudo o que vocês representam nesse momento tão importante, pois nada do que possa ser dito é tão especial ou mais significativo do que o sentimento que nos une.