A vocês, meus queridos, que passaram noites e noites a embalar os meus sonhos e a vigiarem o meu sossego, como verdadeiros anjos da guarda, preservando o meu soninho. A vocês que, muitas vezes, fizeram-se crianças para brincar comigo e com meus brinquedos, para que eu não me sentisse sozinho, preservando a minha infância. A vocês que, “corujas”, vestiram-me com a melhor roupa e passeavam comigo pelos jardins, como se eu fosse a criança mais bonita do mundo, preservando a minha beleza presenteada por Deus. A vocês que, a cada queda, me confortavam com beijos alternados com suspiros de dor e alívio, por estarem presentes naquele momento para me socorrer, preservando a minha frágil vidinha. Hoje cresci e percebo que vocês ainda continuam renunciando às suas vidas em razão de minha existência, preservando as minhas conquistas. Porém ainda estão presentes em minha memória as noites em que vocês vinham até meu quarto, fechavam seus olhos e contemplavam-me. Hoje sei o que pensavam: em meu futuro, em quem eu seria, o que me reservava a vida. Oh, meus paizinhos queridos, como amo vocês! Precisou chegar esse momento para que eu fizesse uma retrospectiva de minha vida, e constatasse como vocês me amam, como sou importante para vocês, e é neste momento que afirmo: é de vocês o mérito do sucesso que se diz meu, pois vocês souberam transmitir — com amor, alegria e louvor — a garra de luta e a grande vontade de vencer! Por tudo isso, prometo que no exercício de minha profissão irei, sinceramente, honrar seus nomes, suas lágrimas, suas renúncias, enfim, suas vidas. Muito obrigada!