Por alguns anos, por vários dias, nos encontramos. Você que me permitiu ser próximo, você que se manteve distante, deixa em mim uma memória: o caderno emprestado, a cola negada, a dúvida compartilhada, a certeza calada, a conversa excessiva, os longos silêncios, os segredos, as notícias.
Você que duvidou, você que soube: a informação subtraída, o pensamento somado.
Você que sorriu para mim, você que não me viu; você apaixonado, você irado, você neutro: somos iguais, somos opostos, somos diferentes.
Por vezes amigo, às vezes colega, mas tão igualmente importante, você foi o outro.
A partir de você descobri para além de mim.
A partir de você aprendi: sujeito, indivíduo, coletivo.
Aprendi a conviver e hoje sou um pouco mais. Sou, a partir de você.
Obrigada, colega.