“Procuro uma casa com janelas enormes por onde o sol nunca se ponha a dormir no horizonte. De portas bem largas e abertas, escancaradas para a lua brilhar constante no firmamento. Sem grades a esquartejar os ventos que passam, trazendo sementes de alegria. Com muros e flores para enfeitar.
Uma casa sem medo de ser invadida.
Preciso de uma casa cujas paredes sejam feitas de abraços, mistura de cimento de carinhos e tijolos de afeição. Uma casa com pisos de madeira perfumada, lembrando aromas de flores e campos transformados. Uma casa com escadas que conduzam a um sótão de sonhos armazenados.
Procuro uma casa ampla com espaços para acomodar o desejo de viver na tranqüilidade, no sossego. Uma casa pintada de branco com nuances de paz e raios de luz por todos os cantos. É imprescindível que possua claridade!
Uma casa com amores-perfeitos plantados no jardim e gerânios, ao redor dela, acariciando as pedras dos seus alicerces. Algumas roseiras são indispensáveis! Além do mais, necessário é que exista um banco com nomes gravados a canivete com juras de eternidade.
Procuro uma casa que tenha, em seu interior secreto, uma lareira constantemente aquecendo o inverno e, no teto, uma clarabóia imensa por onde se possam ver as estrelas nas noites de verão.
Mas só se fecha negócio se houver um quintal, nos fundos, com tesouros escondidos de infâncias múltiplas e antigas que, ainda, ninguém descobriu.
Preciso de uma casa de memórias guardadas porque é urgente desenterrar lembranças. O tempo passa veloz e quer levar consigo histórias para contar. Preciso escrevê-las!!!”
(Autor desconhecido)